Filiada

Terceirizados da Limpeza cobram 6 meses de salários em protesto na frente do palácio do governo de RR

24/01/2019

Trabalhadores das firmas Haiplan e Limponge cobram ainda o pagamento do 13º e de férias. Atraso afeta cerca de 2 mil trabalhadores, informou a organização.

 

 

 Sem previsão para receberem, funcionários de terceirizadas foram para a frente do palácio do governo cobrar salários atrasados — Foto: Jackson Félix/G1 RR Sem previsão para receberem, funcionários de terceirizadas foram para a frente do palácio do governo cobrar salários atrasados — Foto: Jackson Félix/G1 RR

Sem previsão para receberem, funcionários de terceirizadas foram para a frente do palácio do governo cobrar salários atrasados — Foto: Jackson Félix/G1 RR

 

 

Funcionários de empresas terceirizadas Haiplan e Limponge cobram seis meses de salários atrasados durante protesto na tarde desta quarta-feira (21) em frente ao palácio Senador Hélio Campos, sede do governo do estado, no Centro de Boa Vista.

 

O grupo disse que busca respostas acerca da previsão de pagamento. Eles também cobram o pagamento do 13º e de férias a quem tem direito de receber. De acordo com Keith Marrone, funcionária da Limponge e uma das organizadores do ato, o atraso afeta cerca de 2 mil trabalhadores.

 

"O governador diz que essa conta não é dele, que é da Suely [ex-governadora]. Essa conta não é da Suely, é do estado de Roraima. Ele [Denarium] assumiu o governo e tem que assumir as contas também. Não aguentamos mais, estamos em uma situação crítica. Estamos pedindo socorro", disse Keith.

Pela manhã, os funcionários foram até a Secretaria Estadual de Fazenda, sob comando do general Eduardo Pazuello, e disseram que foram informados que o governo não tem dinheiro para quitar os débitos.

 

"Estivemos ontem [terça, 22] na Sefaz e o general Pazuello pediu para retornamos hoje que ele teria uma resposta. Retornamos e fomos informados que o governo não vai nos pagar porque não tem dinheiro", afirmou a funcionária.

 

O Secretaria de Comunicação do governo do governo foi procurada mas ainda não se pronunciou sobre o ato dos funcionários.

 

As duas empresas executam serviços de limpeza para as secretarias de Educação e Saúde do estado. Eles afirmam que a última vez que receberam salários foi em julho de 2018.

 

Funcionários afirmam que ficarão em frente ao palácio até conseguirem conversar com o governador Antonio Denarium (PSL) — Foto: Jackson Félix/G1 RR Funcionários afirmam que ficarão em frente ao palácio até conseguirem conversar com o governador Antonio Denarium (PSL) — Foto: Jackson Félix/G1 RR

Funcionários afirmam que ficarão em frente ao palácio até conseguirem conversar com o governador Antonio Denarium (PSL) — Foto: Jackson Félix/G1 RR

 

 

O grupo disse que está na frente do palácio desde as 10h. No fim da tarde, por volta das 17h, os funcionários tentaram montar tendas para acampar no local mas disseram terem sido impedidos por policias militares.

 

"Eles [PMs] impediram a gente de colocar uma tenda aqui na frente. Não estamos pedindo esmolas. Estamos passando necessidade. É difícil abrir a geladeira e não ter nada, saber que as aulas dos nosso filhos vão começar e não tem dinheiro para comprar material", desabafou Keith.

Revoltados, os funcionários questionaram a medida da PM. "Quando era as esposas dos PMs podia?", questionaram eles ao lembrarem do ato de mulheres de militares que ficaram 44 dias acampadas em frente ao palácio cobrando salários dos maridos.

 

Mesmo impedidos de montarem acampamento, eles permaneceram no local e disseram que só sairiam após conversarem com Denarium.

 

'Situação desesperadora', diz funcionária

Patricia Silva, servidora da Haiplan, disse que foi despejada por não ter como pagar o aluguel. Atualmente, ela vive de favor na casa do pai com as irmãs.

 

"Tem gente que já foi despejada do aluguel, que está devendo cartão de crédito, comendo com ajuda de parentes. Estamos vivendo uma situação muito desesperadora", afirmou.

 

Quando o estado ainda estava sob intervenção federal, em dezembro de 2018, o governo, também chefiado por Denarium, a afirmação era de que todos os contratos de prestadores e fornecedores de serviços seriam auditados. A previsão era que o pagamento de firmas contratadas fosse feito caso não fosse constatada nenhuma inconsistência.

 

 

Por Jackson Félix, G1 RR — Boa Vista

 

23/01/2019 20h07  Atualizado há 18 horas


Compartilhe