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Desde a implantação da Zona Franca pouca coisa mudou no cenário do saneamento básico e, mais especificamente, sobre o descarte de resíduos

15/01/2018

As transformações vividas por Manaus desde a implantação da Zona Franca de Manaus (ZFM) não foram acompanhadas por uma política de controle ambiental compatível com esse crescimento urbano.

 

Dessa forma, o serviço de limpeza urbana mostra-se insuficiente diante da demanda na cidade. Essa é mais uma conclusão do levantamento realizado pelo Grupo de Trabalho (GT) do Saneamento Básico no Estado do Amazonas, constituído pela Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM).

 

O Grupo de Trabalho coordenado pelo deputado Sinésio Campos (PT) pesquisou informações sobre todos os 62 municípios amazonenses, ao longo do ano passado.

 

Segundo o estudo do GT, após 15 anos da elaboração do Relatório Urbano Ambiental integrado de Manaus (Projeto GeoCidade/2001), pouca coisa mudou no cenário do saneamento básico, e, mais especificamente, sobre o descarte de resíduos sólidos na capital.

 

“O resultado disso foi que, ao longo desse processo, cursos d’água que cortam a cidade foram transformados em depósitos de esgotos e lixo, culminando no quadro de hoje: valas poluídas e malcheirosas onde em suas margens habitam famílias próximas à água com alto teor de metais pesados”, aponta o relatório.

 

O GT do Saneamento decidiu iniciar o trabalho sobre resíduos sólidos na capital a partir de dados do Plano Diretor de Resíduos Sólidos de Manaus (PDRS) com objetivos específicos: diagnosticar a situação atual do manejo e da disposição dos resíduos sólidos urbanos; identificar os principais problemas socioeconômicos e ambientais relacionados à destinação final dos resíduos, e elaborar propostas para prevenção, na origem, e redução da geração de resíduos sólidos; além de fomentar a reutilização, a recuperação, a reciclagem e a valorização dos resíduos.

 

O plano diretor tem como objetivo orientar o desenvolvimento dos sistemas de limpeza pública com o estabelecimento de diretrizes e metas para o fortalecimento institucional, administrativo e modernização tecnológica com inclusão socioeconômica.

 

O GT conclui seu trabalho com a afirmação de que no atual momento a população deve realizar uma reflexão sobre o comportamento humano perante a natureza onde são lançados, diariamente, milhões de toneladas de lixo no meio ambiente colocando em risco o seu equilíbrio, a saúde e a qualidade de vida humana.

 

População precisa participar

 

O grande desafio, segundo o estudo realizado pelo grupo de trabalho, para o problema dos resíduos sólidos está no campo do gerenciamento. “Há necessidade de se priorizar a definição de políticas para o setor que envolva todos os níveis de governo seja municipal, estadual ou federal”, indica o texto final do relatório que acrescenta recomendação de que a população seja convocada a participar, sob pena de nenhuma política de limpeza pública funcionar.

 

 “A solução para a gestão dos resíduos em Manaus passa por uma política que agregue coleta, tratamento e disposição final adequados dos resíduos sólidos, no entanto, essas etapas só podem funcionar em sua plenitude com a participação maciça da população, promovida por um processo de educação e conscientização”, indica o relatório final do GT.

 

 

Fonte: Site a Crítica


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